Lc 19,28-40; Is 50,4-7; Sal 21 (22); Fil 2,6-11; Lc 22,14-23,56

No domingo de Ramos deste ano ouviremos a Paixão Segundo Lucas. Cada evangelista nos propõe um olhar particular sobre a cena do Gólgota. Lucas nos convida a fazê-lo com os olhos do “bom ladrão”, “talvez a figura mais singular de toda a obra lucana” (P. Tremolada). Para compreender bem o seu relevo é interessante recordar que somente Lucas cita o versículo do quarto canto do servo sofredor de Isaías: “…é necessário que se cumpra em mim ainda este oráculo: E foi contado entre os malfeitores” (Lc 22,37; cf.Is 53,12). Imediatamente antes Isaías havia profetizado: “O Justo, meu Servo, justificará muitos homens, e tomará sobre si suas iniquidades” (Is 53,11). Crucificado entre dois malfeitores, Jesus está realmente contado entre os criminosos: toma sobre si o pecado de todos para nos dar sua própria justiça. O primeiro a recebê-la é um pecador, alcançado pela salvação justamente porque Jesus aceita não salvar-se a si mesmo para salvar os outros. E a salvação consiste em uma comunhão pessoal: “Hoje estarás comigo”. A salvação consiste em estar com Jesus, mas isso é possível somente porque Ele escolheu estar conosco, mesmo nos lugares mais distantes de Deus, como o pecado e a morte.

Comentário da Comunità di Dumenza
Tradução do f. Paulo Domiciano, Curia Generalizia